terça-feira, 8 de novembro de 2011

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sábado, 1 de outubro de 2011

Como (não) fazer um PodCast

Aí vai uma dica:

http://peledegalinhafrita.blogspot.com/

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Curitiba Desgovernada (final cooperativo)

Assim que paro o carro me vem uma vontade de fumar um cigarro, porém não o tenho. Passo a mão em baixo do banco e "tá lá" deixaram cair no carro, além disso, tem quase meia garrafa de vodka. Se eu tivesse pique tomaria essa vodka e dormiria no carro até amanhecer e as coisas parecerem menos perigosas. Mas não tenho, acendo o cigarro e escuto rádio, nesse momento está tocando Angel of Death do Slayer, excelente trilha sonora para a situação, talvez essa sonzera possa me dar coragem, pique, sei lá, para alguma coisa. Mas não, merda, to com medo ainda.

Mas por que? Por que esse medo de ladrão?
Só preciso sair do carro, deixá-lo ali, seguir até um posto mais perto comprar um saco de gasolina e colocar no tanque, se bem que corre o risco de eu chegar no posto e eles não aceitarem meu cartão, aquele cachorro quente foi um erro mesmo, agora to sem dinheiro trocado.
Volto a dizer, amigo é uma merda mesmo. Levar o amigo do vizinho, amigo só serve pra dar trabalho pros outros e arranjar ajuda pros outros, amigo a gente devia aceitar e pronto, mas se é assim é parente.
Chega de reflexões, não posso ficar aqui, parado, esperando algum maníaco psicopata tirar o meu escalpo. Vou partir sozinho com meu cartão no bolso, vou tirar o som do carro, e vou atrás da gasolina.
Penso em mijar no tanque, ouvi falar que se mijarmos a gasolina sobe o nível e o carro pode andar, mas pode ser arriscado e se o carro desprogramar e eu precisar mijar nele toda vez que for dar uma volta.
Se bem que mijo, eu acho, custa menos que gasolina. Mas também acho que teríamos que mijar demais para nos sustentar.
Vou pro posto de uma vez, pego tudo o que preciso e parto para o meu destino, cigarro de companhia, passos tranquilos, frio demais, e vou indo.
Sigo reto pela Kenedy, viro a direita no Habib's, lá em baixo, na Chile, tem um posto.
O frentista tem para mim, neste momento, o mesmo ar de um deus, a salvação está ali.
"Gasolina, pra levar pro meu carro", indago.
"Precisa de saco ou tem garrafa pet?", pergunta o meu deus.
Respondo para deus: "Não, coloca na minha garganta que chegando lá eu vomito tudo dentro do tanque".
"Ah é isso que tu quer né?"
Me dá uma rasteira, chama o segurança e alega que eu era um miliante querendo assaltar o posto.
Não tenho nem tempo de reagir, levo um pau no chão, eles me arrastam pra fora do posto e o frentista ao final de tudo me trás uma garrafa de gasolina pra jogar na minha boca e diz: "Toma"
Eu mereci, fui um grosso, vivo fazendo isso falando coisas absurdas que não podem ser levadas a sério, e nada pode ser levado a sério, acho que nem o frentista me levou a sério, ele achou engraçado talvez, mas pra ele é mais engraçado me encher de porrada e ainda complementar o diálogo que eu dei início.
Só me resta a delegacia, lá sim estarei seguro.


Esse causo é a continuação de Curitiba Desgovernada

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Casamento de espanhol

Hoje o dia fez chuva e fez sol.
Saí de casa com destino ao Detran, com a ideia de renovar minha carteira de habilitação que venceu no dia 10 de janeiro.Esperei durante meia hora na fila até descobrir que sim, precisava da carteira de identidade. Que cabeça a minha!!!
De lá fui para a Unibrasil para ver a disponibilidade de pós-graduação e mestrados para esse ano. Chegando, pedi informação para um guarda que me indicou uma sala. Na sala a moça que me atendeeu, muito simpática e atenciosa, falou que eu teria que entrar no site, claro que eu sabia dessa obviedade, mas a viagem valeu a pena.
O calor estava insuportável, e então começou uma leve chuva, mesmo assim não dava pra fechar a janela de tanto calor. Mas tive que fechar, fazer o que?!
Fui para a Universidade Tuiuti, a procura da mesma informação, pós e etc, já tinha entrado no site e sabia dos cursos. Me indicaram uma mulher no terceiro andar, a qual me disse que é uma outra mulher que cuida do mestrado de meu interesse, e ela voltaria ou amanhã, ou dia 29.
Fui para o centro politécnico em busca de alguma informação. Fui até o enorme prédio de administração, andei por tudo e não achei algo realmente interessante, quando estava desistindo, uma portinha no hall de entrada havia uma mulher no telefone que me passou um telefone o qual eu liguei e me passou um outro telefone que não atende.
Sei lá, serviço público ou privado, calor ou chuva.
O que eu quero são informações.
Tem uma informação aí?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O enterro

Sinto que estou no meu próprio enterro, no meu próprio velório, no meu próprio leito de morte.
Não sei porque, não sei como, mas me sinto morto.
Passo as horas a navegar pela rede, a procura de cursos, músicas, empregos, olho pra meu corpo nada atlético na minha idade, olho no espelho e vejo um cadáver.
Estou em meu leito de morte, só me resta morrer, porque viver já basta.



(Um artista urbano)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ele voltou, o boêmio voltou novamente

São três da tarde, lá está o Silvio, cansado daquele dia diante do balcão, aguardando sua vez para tentar vender um celular. Volte e meia ele vende um, tira uma comissão, fica alegre, mas volta a realidade de estar ali novamente. Fica lembrando dos velhos tempos de faculdade, na vida noturna, por um momento começa a cantarolar:
"Traz mais uma cerveja
Aqui nesta mesa que eu quero beber
Hoje estou desesperado
Eu fui enganado e vou aborrecer"

Uma antiga canção muito conhecida na voz de Carlos André.
O gerente logo chama a sua atenção, pois estava fazendo ridículo:
"Isso lá é música que se cante Silvio?"
Abaixa a cabeça e nela começam a borbulhar vários pensamentos, várias lembranças, e uma vontade louca de tomar cerveja arranha as guelas.
Em uma atitude incompreensível lembra de mais um clássico de Bertô Galeano e canta em alto e bom tom:

se eu já não tenho mais você
sou mais um que vive agora
morrendo de saudades de você

Aquele banco lá na praça, aquelas flores
aquele parque, aquela rua, nossa musica
nossos momentos nunca mais vou esquecer
estou morrendo de saudades de você
estou morrendo de saudades de você"

O gerente se assusta, não entende, e começa a pedir com calma, mas na terceira frase já diz que se ele não parasse de cantar ele estava demitido. Silvio não para de cantar e vai tirando a gravata, o crachá e rouba um beijo de Jasmine, uma gatinha que trabalhava no caixa. Sai cantando pelo Shopping. Pega o celular e sem parar de cantar liga pra um grande amigo, o Rogerio, os dois cantam juntos no telefone, já marcam um encontro a noite e Sivio estava finalmente longe dos males da igreja, do moralismo e da hipocrisia.

E todos no "Gata Comeu" cantavam:

"Ele voltou, o boêmio voltou novamente"

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em seu pequeno quarto no subúrbio acende um cigarro pra começar a pensar no dia. Uma dor de cabeça que o faz sentir com a cabeça pesada faz com que o dia demore a começar, toma um copo da água, faz cara de asco, mas bebe tudo. Não tem muito o que fazer, é seu dia de folga. Pega o telefone e liga para a primeira pessoa que ele lembra, e é sempre a mesma, uma unica pessoa pode atende-lo, confessa a noite anterior, fala sobre a dor de cabeça e no que está pensando para comer, desliga o telefone, e pensa o que poderia fazer nesse dia, algumas pessoas para ver, não muitas, no máximo duas opções, mas é dia de semana e as duas opções estão trabalhando. Pega um ônibus, desce no ponto que mais lhe atrai, acende um cigarro e sai andando pela cidade, olhando para as garotas na rua, troca alguns sorrisos com algumas. Se certifica que está preparado para comer algo mais tarde, esse é o dinheiro que tem para o dia, é quinta e ele só recebe na sexta. Saca mais um cigarro, e passa por um bairro com várias prostitutas da pior qualidade andando pela rua, olha para uma porta uma mulher o chama pra entrar, ele lembra que tem o cartão do banco no bolso se tiver que gastar um pouco mais. Esquece que  tinha que passar no correio para mandar uma carta para uma antiga paixão para ter um registro bobo de um amor que já morreu. Conversa com uma garota por alguns minutos, toma uma cerveja quente, não se sente bem com a garota, obviamente, pois não se sente confortável o suficiente nem para um pequeno flerte com a garota, pronto, passa o cartão, gastou mais do que deveria tem menos do que poderia.  Fazer o que, não come, vai pra casa pega uma revista porno, se satisfaz, toma um banho e fuma o último cigarro. “Puta merda, tenho que comprar cigarro”, arruma-se e acha que está bem para mais uma volta desvairada. Pega uma cerveja junto com o cigarro, ainda não comeu, mas a cerveja mata um pouco vontade por um tempo, lembra-se que tem que trabalhar as seis horas da manhã, mas desencana e anda até o bar mais próximo, toma uma cerveja, passa os olhos por alguns textos do jornal, se diverte com alguns quadrinhos, repara em uma loira que usa uma mini-saia e senta-se bem em sua frente, ele tenta trocar olhares, mas ela estava segura para flertar, principalmente com ele, naqueles trajes de uma moda em baixa altamamente introspectivo. Levanta-se, paga a conta, fotografa mentalmente as pernas da mulher e parte em caminho de caso, está faminto, já pensa em um ovo e algumas batatas fritas de freezer, e há um pão ainda guardado. Chega em casa, prepara sua refeição, senta-se na sala e lembra que é seu aniversário.

Liga pra mim e diz: Carlos, eu nunca fui tão feliz.