terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em seu pequeno quarto no subúrbio acende um cigarro pra começar a pensar no dia. Uma dor de cabeça que o faz sentir com a cabeça pesada faz com que o dia demore a começar, toma um copo da água, faz cara de asco, mas bebe tudo. Não tem muito o que fazer, é seu dia de folga. Pega o telefone e liga para a primeira pessoa que ele lembra, e é sempre a mesma, uma unica pessoa pode atende-lo, confessa a noite anterior, fala sobre a dor de cabeça e no que está pensando para comer, desliga o telefone, e pensa o que poderia fazer nesse dia, algumas pessoas para ver, não muitas, no máximo duas opções, mas é dia de semana e as duas opções estão trabalhando. Pega um ônibus, desce no ponto que mais lhe atrai, acende um cigarro e sai andando pela cidade, olhando para as garotas na rua, troca alguns sorrisos com algumas. Se certifica que está preparado para comer algo mais tarde, esse é o dinheiro que tem para o dia, é quinta e ele só recebe na sexta. Saca mais um cigarro, e passa por um bairro com várias prostitutas da pior qualidade andando pela rua, olha para uma porta uma mulher o chama pra entrar, ele lembra que tem o cartão do banco no bolso se tiver que gastar um pouco mais. Esquece que  tinha que passar no correio para mandar uma carta para uma antiga paixão para ter um registro bobo de um amor que já morreu. Conversa com uma garota por alguns minutos, toma uma cerveja quente, não se sente bem com a garota, obviamente, pois não se sente confortável o suficiente nem para um pequeno flerte com a garota, pronto, passa o cartão, gastou mais do que deveria tem menos do que poderia.  Fazer o que, não come, vai pra casa pega uma revista porno, se satisfaz, toma um banho e fuma o último cigarro. “Puta merda, tenho que comprar cigarro”, arruma-se e acha que está bem para mais uma volta desvairada. Pega uma cerveja junto com o cigarro, ainda não comeu, mas a cerveja mata um pouco vontade por um tempo, lembra-se que tem que trabalhar as seis horas da manhã, mas desencana e anda até o bar mais próximo, toma uma cerveja, passa os olhos por alguns textos do jornal, se diverte com alguns quadrinhos, repara em uma loira que usa uma mini-saia e senta-se bem em sua frente, ele tenta trocar olhares, mas ela estava segura para flertar, principalmente com ele, naqueles trajes de uma moda em baixa altamamente introspectivo. Levanta-se, paga a conta, fotografa mentalmente as pernas da mulher e parte em caminho de caso, está faminto, já pensa em um ovo e algumas batatas fritas de freezer, e há um pão ainda guardado. Chega em casa, prepara sua refeição, senta-se na sala e lembra que é seu aniversário.

Liga pra mim e diz: Carlos, eu nunca fui tão feliz.

 

8 comentários:

tiago lauro disse...

Me deu dor de cabeça até.

mau disse...

aniversário de quem? da garota ou seu?

Anônimo disse...

puta merda! eu sinto falta da sua irônica companhia!

mau disse...

carlo escreva!

Thiago Gabardo disse...

Acabou com a minha noite.

olegado disse...

é!

Mariana Rosa disse...

Imaginei um curitibano. Lembrei de vários.

Diego Mello disse...

Aposto que tava te ligando justamente pra descobrir o que tinha aprontado durante a comemoração na noite anterior.

Não?