quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Curitiba Desgovernada (final alternativo)

Então penso, não posso sair daqui, é perigoso, mas não posso ficar também. Estou perdido, sem ninguém, sem ajuda. Em baixo de meu banco esqueceram uma carteira de cigarros e meia garrafa de vodka. Penso em engolir toda a aquela dosagem alcóolica e assim tomar coragem para alguma atitude. Naquele momento, desconsidero totalmente a lei que proíbe a combinação de alcóol e direção. Mas o primeiro gole de vodka já me arde os olhos. Acendo um cigarro, aquela fumaça não me trás solução nenhuma. Estou perdido, qual a minha capacidade para seguir com esse carro? Ainda não tenho.
Já sei, vou esperar até de manhã para eu tomar mais coragem e seguir até o posto, ou até, não peço ajuda pra alguém. Mas das três até as sete da manhã são quatro horas de espera perto da favela do Parolim, porra, tô fudido, só consigo pensar nisso.
Em meu som está tocando Nelson Gonçalvez cantando "Escultura" de Adelino Moreira.
Na música, o interlocutor monta uma mulher fantasia com os maiores atributos de outras mulheres, ao final, ele diz: "E quando cheguei ao fim; Tinha diante de mim você, só você, meu amor". Comecei a fazer o mesmo que ele, puxar algumas mulheres interessantes que passaram pela minha vida, só cheguei a uma conclusão, mulher é uma merda também, se valesse a pena estaria aqui do meu lado nesse momento de angústia.
Não tenho mais opções, as músicas não são mais tão divertidas, as rádios boas estão repetindo as notícias e entrevistas do dia inteiro.
Caros leitores, não sei como me livrar dessa situação, tenho 4 horas pela frente, estou com uma péssima intuição de que algo vai dar errado.
Se eu tivesse me planejado antes de sair de casa, estaria tranquilo agora. Mas támbém por que fui aceitar levar aquele amigo bêbado do meu vizinho? Foda, não estava nos planos mesmo. Mas mesmo assim é melhor me espertar da próxima vez. Mas e daí a próxima vez, o que faço agora? Já sei, aprendi que a comunicação é a melhor maneira de nos livrarmos de alguns problemas, insiro um cartaz no carro: "To sem gas."? Não, acho que não. Meu celular não funciona, estou incomunicável. Tem um telefone público lá na frente, vou até lá. Me encaminho com o "cu na mão". Chego no orelhão, adivinha? Estava quebrado. Malditos Vândalos.
Um carro começa a passar bem devagar perto de mim, não preciso nem dizer que meu coração já disparava, os caras olham pra mim e me chamam de "vagabundo". Jovens se divertindo com os pedestres, coisa de playboy, fico mais aliviado.
Volto ao carro, e tenho uma idéia: mijar no tanque, vai que dá.
Mas se eu fizer isso, posso acabar com o carro. Será? Acho que não. Ouvi falar que se eu mijar no tanque o nível de gasolina pode elevar e começar a queimar para que ocorra a explosão e o carro se movimente. Não sei se é uma boa, e nem sei se tenho urina o suficiente. Tiro meu pau pra fora e não penso duas vezes, mijo mesmo, to desesperado. Mijo até a última gota.
Tento ligar o carro e não é que acontece um milagre, o carro funciona. Vou embora até o posto, coloco gasolina e nem comento com o frentista do meu feito.
Assim se acaba minha história, com uma boa mijada, pois nada está tão ruim que você não tenha que usar o caralho para solucionar o problema.
Para finalizar cito Rubinho Jacobina: "Artista é o caralho"

7 comentários:

Ligi disse...

infelizmente não tem comentários!!!
o q poderia se esperar do carlos???
hahauahuahuahuahua
bjusus

Unknown disse...

caralho é o artista.

Diego Mello disse...

Mas que caralha! Se soubesse que carro funcionava com mijo eu não teria gastado mais pra comprar aquela porcaria de carro bicombustível!

Anônimo disse...

Incrível. Hahaha. To olhando aqui e pensando em seguir o conselho que me deu. Mas acho que não levo jeito pra coisa. :P

Beijo!

Anônimo disse...

Abandonou por um tempo as críticas a tudo e a todos? Bem agora que comecei com elas. Mas que coisa. Ah, essa história do mijo deve ser balela. Te conheço!

Thiago Gabardo disse...

Apesar de estar um pouco bocudo no texto, achei muito bem humorado o contexto. E o melhor, vc não veio me encher o saco de madrugada.

Anônimo disse...