Encontrei com o Bóca esses tempos, no calçadão da XV. Aliás, ótimo lugar para encontrarmos pessoas em Curitiba. (Uma dica a quem visitar Curitiba: se você conhece algumas pessoas daqui e não sabe conde encontrar, vá na XV).
Continuando, encontrar o Bóca, nem sempre é um prazer, mas é necessário para ter mais histórias para contar em meu blog. Só que dessa vez o Bóca veio com uma conversa interessante , pegamo-nos falando de arte.
Ele foi ao museu, o do olho, e diz que viu uma exposição artística na qual havia um rato de verdade roendo a própria arte, e tinha uma projeção enorme na parede - enquanto ele falava esses detalhes, eu olhava uma loira de vermelho que passava, então não lembro bem do que ele dizia -. Ao final de seu relato, Bóca afirmou: "A arte é como um peão, roda, roda, roda e sempre para no mesmo lugar". De início não entendi muito bem o que ele queria dizer, mas depois entendi o que ele queria, ele queria era ter um "papo cabeça", coisa de curitibano cult. Essa juventude cult, sinceramente, me enoja, mas eu, idiota, entrei na ladainha dele e afirmei: "Obviamente, que se a reprodutibilidade das obras de arte desgasta o seu valor artístico, pois ela tem que ser nova, surpreendente, não exatamente 'original' em seu sentido literal, mas ser única". Ele me ouviu e questionou: "Mas o que a arte tem de fazer com quem a vê?" A pergunta não me fez muito sentido no início, depois de um longo diálogo conseguimos entender um ao outro. Chegamos a uma conclusão, a de que com tanto que a arte emocione, com qualquer tipo de emoção, essa reação pode ser planejada, ou não, pelo artista, mas para ser arte tem que atingir o interior de quem é o receptor, fazê-lo pensar a respeito da obra, e sobre o universo que a obra está inserida, o seu contexto. Na verdade, ele afirmava que se a arte faz o tempo passar, ela já é válida. Com essa pré-conclusão, nos despedimos e cada um seguiu seu caminho.
Eu continuei minha caminhada vespertina pela XV, enquanto ele foi pro seu estágio na agência de publicidade do amigo do pai dele.
Enquanto eu caminhava, pensei, "tem coisas que só o Bóca nos proporciona", as vezes falamos de arte, as vezes de futebol, mas a óptica dele é interessante não? Esqueci de perguntá-lo sobre o show do Chico Buarque, mas é só ir na XV que algum Bóca me conta sobre o tal evento de tamanha importância para a música, como afirmou o meu querido leitor Rafael.

2 comentários:
Querido, não li coisa nenhuma porque estou com pressa!!!
Mas eu passei por aqui tá?
Beijinhos
Querido,
eu li, não estou com pressa.
Sobre o Francisco, acho ele importante para a música brasileira sim.
Sobre arte. ela não tem que nada. ela apenas existe, assim como o telefone, a internet, o fax, o sinal de transito, o teatro, a fala, etc.
mais um meio de comunicação.
Sobre o bÓca, não o conheço.
Sobre a XV, gosto, mas só tem gente feia por lá. Sim, vc, o bÓca e a mulher de vermelho são feios.
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